Hello
Hello! O meu nome é Gabriela (mas os meus amigos chamam-me Gabs, Gabby, Bi,
Bibi…), sou muito louca e sou fotógrafa e modelo fotográfica. Eu sei o quão
confusão pode parecer eu tanto tirar fotos, como ser o alvo dessas mesmas
fotos, mas a justificação é bem simples: eu fiz curso de fotografia e, já era fotógrafa
profissional, quando me desafiaram para pousar também para algumas marcas, o
que para mim inicialmente não passou de uma brincadeira e um pequeno desafio. Para
ser sincera, eu prefiro muito mais a minha primeira e verdadeira profissão, que
é aquela que eu pratico mais e me dedico a 1000%. Por outro lado, como tenho
muitas tatuagens espalhadas pelo corpo (pequena curiosidade: eu sou tão viciada e apaixonada por tatuagens
que eu própria já aprendi a trabalhar com as agulhas e até já tatuei amigos,
familiares e a minha pessoa),
algumas marcas têm tendência a recusarem-me enquanto modelo, não querem um
“rabisco humano” (um
“mau exemplo”, preconceituosos puros, porque as tatuagens não definem desse
modo uma pessoa)
a representá-los, enquanto, como fotógrafa, esse problema já não se coloca. Não
trocaria a fotografia por nenhuma outra profissão, adoro apanhar as pessoas
desprevenidas, apanhar o verdadeiro lado delas e o sorriso sincero… A
fotografia, para mim, é uma tentativa de parar o tempo, de manter mais presente
determinadas recordações, determinadas pessoas, determinados momentos
importantes… Portanto, se eu tiver uma máquina na mão, eu entro numa outra
dimensão, numa realidade paralela, desligo do que realmente o que está a
acontecer e foco a minha atenção apenas nas várias perspetivas possíveis à
procura da melhor. Além disso, como sou demasiado perfecionista, eu não consigo
parar até achar aquela foto perfeita, aquele ângulo fantástico e talvez seja
isso que faça com que eu até tenha bastante trabalho.
Focando no agora: acabo de sair do
Brasil, onde fiz imensas fotos para várias marcas fantásticas… Adoro tanto o
Brasil, sinto-me sempre bem naquele ambiente de alegria e animação constante,
tornou-se um pequeno refúgio, como que uma casa para mim, onde já fiz imensas
amizades preciosas para mim. Adoro todo aquele ambiente de farra, dança e
loucura! Mas, não dispersando muito (eu
tenho o pequeno problema de dispersar muito nos assuntos, sorry!) e tentando retomar ao que interessa,
estou, neste momento, no avião de regresso ao meu lindo e amado país, que já
não visitava há uns longos meses e morro de saudades… Eu realmente só quero ver
o meu afilhadinho lindo, que cada vez está maior e mais esperto, o meu pequeno Gugu.
Decidi tirar uma foto rápida e partilhar no instagram (meu víciozinho bom e, como tal, tenho
que ir sempre atualizando):
A contar as horas para ver o meu baby <3
Como eu sabia que a viagem iria ser muito
longa e, que se eu não me entretece, seria muito chata, passei o tempo a ler um
bom livro de romance (um
dos 5 livros que fazem parte de uma saga que amo de coração e que um deles é
sempre o escolhido da viagem, o meu top de livros que não falha nunca) e a ouvir música, rezando para
chegar o mais rápido possível ao meu destino e sem demasiada turbulência. Mal o
avião aterrou no aeroporto, não quis perder mais tempo, tentei correr ao máximo
para agarrar as minhas malas e procurar a minha desejada boleia… Eu parecia uma
barata tonta a olhar para todos os lados no local que tinha combinado, até
ouvir uma pequena e doce voz gritar:
- Dindinha!
Automaticamente rodei a minha cabeça
de forma a ver o moreninho mais lindo do mundo a correr na minha direção e eu só
tive tempo de abrir os braços e me abaixar para o agarrar com a maior força
possível (maior força sem
machucar, como é lógico),
para ele não fugir de mim. Rodei com ele no ar, dei-lhe tantos beijinhos amorosos
no rosto, ao que ele só gargalhava alto e me abraçava forte na zona do pescoço.
Meu Deus, como ele tinha crescido, desde a última vez! Ele, como criança
saudável que é, crescia a olhos vistos e eu não o quero largar nunca mais…
- Amo-te
tanto, meu bebé! Que saudades que eu tinha, amor da minha vida… - Murmurei
entre inúmeros beijos e mordidelas naquelas bochechas gostosas. Escusado será
dizer que eu já estava com a cara completamente lavada em lágrimas… O meu amor
por aquele ser pequenino é tão grande, que o passar tanto tempo longe dele mata-me
profundamente por dentro. Eu perdia imenso no crescimento do meu menino com as
minhas temporadas todas no estrangeiro e isso era o pior de tudo, aquilo que
mais me magoava quando pensava no assunto… Por muito que eu amasse o meu
trabalho e viajar, o estar longe do meu afilhado, era uma questão que fazia
sempre o meu coração sangrar… Apesar de ele sempre ter um à-vontade incrível comigo
como se convivêssemos diariamente, as nossas longas videochamadas Skype, trocas
de snaps, de fotos e vídeos nunca eram o suficiente, nunca substituiriam o
contacto físico, o estar com ele juntinho a mim como agora.
- Dindinha,
já xega! – Reclamou rindo.
- Sempre
o mesmo resmungão, eu não tenho culpa de tu seres tão fofinho, meu gostoso! –
Exclamei, fazendo umas cócegas na barriguinha de bebé. Era sempre assim, ele
sempre reclamava dos meus ataques de amor por ele, desde bebé ele nunca foi
grande apreciador destes ataques de doçura… Todavia, eu era a única pessoa que
ele não fugia nesses momentos, reclamava mas mantinha-se agarradinho a mim.
-
Olá, Gabs! Tudo bem? Não me digas que deixaste a educação que os teus pais te
deram lá no Brasil? – Ouvi um homem reclamar atrás de mim com muita ironia,
o que me levou a parar o que estava a fazer.
- Tu
adoras implicar comigo, cruzes credo! Será possível que não podes amar-me um
bocadinho menos, por favor? É que vamos ser sinceros, tanto amor pela minha
pessoa também sufoca… Eu sei que és meu fã número um, não precisas de estar
sempre em cima de mim, não é?- Bufei para fazer aquele drama clássico,
típico da minha pessoa. - Mas até de ti
eu já tinha saudades, seu implicante… - Comentei ao Sílvio (pai do Gugu), abraçando-o de lado com o braço que
tinha livre.
- E
eu tuas, modelete! Eu sou muito fã
teu, tu sabes que sim. Agora está na hora de nos pormos a caminho, que nós
estávamos num churrasco com os meus amigos e só saímos por tua causa… - E,
dito isto, pegou nas minhas malas e seguimos caminho para o carro dele. Ao
ouvir aquela confissão, eu só tive tempo de colocar-lhe a mão sobre o braço e
sussurrar bem baixinho, o suficiente para ele ouvir:
- Desculpa,
vocês não me tinham dito nada disso, eu não vos queria incomodar de modo algum…
Eu podia muito bem ter apanhado um táxi, ou autocarro, ou até pedia a algum amigo
para me vir buscar. Eu odeio estar a incomodar-vos! – Eu odiava quando
atrapalhava a vida dos outros com as minhas rotinas e viagens, odiava incomodar
os outros, principalmente aqueles que mais amo...
- Achas
que eu conseguia permitir que o meu filho e tu estivessem mais tempo afastados?
Eu sei que vocês geram muito mal toda esta questão da distância, ele pode ser
uma criança, mas também sofre tanto como tu com isso… Além disso, não me custa
nada vir-te buscar e tu já conheces grande parte dos meus amigos, vais
sentir-te logo à vontade! Gabriela, escuta-me bem que eu não quero repetir isto
sempre: tu és parte da família da Marta, és parte da vida do Gustavo, logo és
da minha família também, és como uma irmãzinha mais nova para mim e tu sabes tão
bem disso… Portanto, nunca digas que nos incomodas! Até me sinto mal ao saber
que tu pensas assim, nós amamos tanto ter-te por perto, boneca… - Aquele
discurso todo foi o suficiente para eu recomeçar a chorar (já que tinha chorado horrores mal vi o
Gugu), eu sou uma
autêntica manteiga derretida… Eu amava incondicionalmente a minha família e,
quando foi o casamento da Marta com o Sílvio, tive receio que não me
considerassem parte da família conjunta, que eu fosse somente um membro da
família da Marta. Tudo o que estava relacionado a família era assunto delicado e
sério para mim e todos sabiam disso, era impossível não se aperceberem... Recebi
um abraço muito forte dele e um beijo no topo da cabeça, o que era o suficiente
para me acalmar por agora, me fazer esquecer qualquer problema…
Eu não sabia onde seria o dito
churrasco e nem reparei um bocadinho que fosse do caminho que percorremos. O
Sílvio é que era o motorista e ele sabia o caminho, por isso, decidi gastar o
tempo todo de volta do meu bebé: ouvi-lo contar todas as novidades da escolinha,
as historinhas dos seus amiguinhos e de todos os factos do dia-a-dia dele. Mas,
com o carro estacionado, eu olhei para aquele que, pelos vistos, era o nosso
destino e reconheci automaticamente como sendo a casa do Luisão, sentindo um
alívio e uma paz interior preencherem-me. Eu estaria num local familiar, onde
eu poderia ser eu própria, sem preocupações inúteis, sem regras de etiqueta
especiais, apenas ser eu... Entrando naquela casa vejo bastante gente conhecida,
quer dos jogos do Benfica que eu acompanhava sempre, quer de convívios
anteriores e sorri. Aqueles que eu não conhecia de todo, deduzi serem
familiares de jogadores recentes na equipa… O Gustavo mal entrou, correu como
um doido na direção de um cantinho cheio de brinquedos, insufláveis, pinturas e
crianças entretidas, o que me deixou orgulhosa vê-lo tão integrado e saudável,
vê-lo ser uma criança normal. O meu sorriso só aumentou ao ouvir a voz da minha
prima a gritar:
- Gustavo,
filho, tem cuidado para não te magoares! – Após desempenhar o papel dela de
mãe (para que consta ela
executa na perfeição o seu papel),
vem ter comigo e abraça-me tão apertado que quase me levanta do chão – Que saudades, minha pequena!
- Que
mania de me chamarem pequena, a sério… Até parece que eu sou muito mais baixa
que tu, sua chata! Acreditas que eu até estava a morrer de saudades de me
chamares pequena? Até disso, como é que é possível? - Resmunguei na
brincadeira, só mesmo para dar uma de refilona (eu sou assim, não gostam temos pena!).
Acabei por cumprimentar só aqueles que
eu conhecia melhor e o resto saudei com um alegre aceno bem rápido e meio
distante… O cheiro a carne a grelhar, o facto de não comer há muito tempo e de
me sentir mais leve, levaram os meus pés a rumarem rapidamente para perto do
churrasco e conviver com as pessoas que por ali estavam. Eu comi muito, levando
a gozarem comigo. É sempre assim, o meu maior defeito talvez passe pela minha
boca, provavelmente é o facto de eu sentir tanto prazer a comer e, se não fosse
as longas horas de ginásio e exercício, eu já rebolaria (seria uma bola de Berlim humana, muito
doce e gorda).
Eu tenho a plena consciência que sou
uma mulher feita e crescida e que devia dar um ótimo exemplo para as crianças,
mas perto delas eu não resisto e porto-me igual ou pior que elas, por isso, é
que elas costumam adorar-me. Andei a brincar às bonecas, às escondidas, ao
apanha, ao jogo da corda, à bola, aos carrinhos e de tudo um pouco… até os
homens decidirem jogar futebol (o
que é meio ridículo, visto a profissão deles já ser isso, mas pronto, são umas
autênticas crianças em tamanho grande e já não havia solução para esse facto). Eu amo futebol (eu amo desporto no geral, mas
particularmente futebol, basquetebol e voleibol), então decidi sentar-me num cantinho
com algumas crianças e mulheres a observar e a gritar, quer dizer, a gozar com
aqueles jogadores que me dava bem, do tipo:
- Oh
Sílvio, até o pequeno Gugu corria mais que tu… estás mais gordo ou mais preguiçoso?
Luisão, a tua cabeçorra está maior desde a última vez que te vi? Só não mates
ninguém à cabeçada, tudo na paz, certo capitão? Gaitán, faz um truque de magia
para mim, por favor! Tu sabes que adoro a tua magia…
Todos se riam do que eu dizia,
principalmente as mulheres que assistiam e os jogadores não envolvidos nas
minhas bocas, mas a minha implicância com o Sílvio era a maior de todas (como é óbvio, é o jogador que eu tenho
uma relação mais próxima, meu irmão mais velho emprestado) e ele respondia às minhas picardias…
Até que ele falhou um remate e farto de ouvir a minha voz sempre a buzinar para
ele, virou-se para mim:
- Oh,
sua grande preguiçosa, se é assim tão fácil, porque é que não jogas um pouco connosco?
Tens medo ou não aguentas?
- Tudo
bem, fofinho, eu alinho… - Comentei, levantando-me. – Eu fico em que equipa?
- En
el equipo sin camiseta? – Questionou o Lisandro Lopez com sorriso maroto e
levantando as sobrancelhas, o que me levou a gargalhar muito alto e piscar o
olho discretamente. Há pessoas que não têm solução, mas eu acho essencial um
pouco de sacanagem na minha vida.
- Nem
pensar! Pipipi parou! Não te ponhas com ideias dessas, Licha, por favor, ela
era bem capaz de alinhar… - Reclamou um Sílvio mal-humorado, o que era totalmente
verdade... Eu não era propriamente uma menina envergonhada e, como o meu
trabalho passava um pouco por expor o meu corpo, eu não tinha complexos alguns em
estar com menos roupa à frente de outros (atenção, menos
roupa, eu nunca pousei nua, nem quero!). Não é que, neste caso específico,
houvesse grande problema, visto que eu tinha vestido um biquíni por baixo da
minha camisola, porque podia-me apetecer ir à piscina, mas não ia discutir
desnecessariamente com o Sílvio (ele
para mim era como o irmão mais velho que nunca tive, até ciúmes desse tipo ele
tinha, o que era fofo quando devidamente controlado).
O jogo continuou, desta vez comigo a
jogar, e eu ainda mal tinha tocado na bola. Eu não gostava de ficar ali apenas
a ocupar espaço, para isso tinha ficado sentadinha. Jogar com rapazes nisso era
terrível: eles ou te tratavam como uma flor delicada e muito frágil ou mal te
deixavam jogar e, no final, o resultado era praticamente o mesmo, raramente
tocas na bola! A minha tática para estes jogos era sempre a mesma: tentar tirar
a bola dos adversários, para poder jogar um pouco e isso irritava alguns deles.
Eu não passava de uma simples rapariga a roubar a bola a um jogador profissional
(e todos sabemos o
quão sensíveis os rapazes são nesse tipo de situações). Num desses roubos de bola, consegui
ficar com a baliza há minha frente praticamente vazia, só com o guarda-redes e
um jogador, que eu só conhecia de ver na televisão. Nesse momento, senti aquela
adrenalina fantástica a correr pelas minhas veias, rematei e fiz golo, bem na
cara desse dito jogador. Ao olhar bem no rosto dele, vi que ele não gostou nada
do que eu fiz, deixei-o irritado e eu fiquei ainda mais radiante… Eu estava a
jogar muito e não parava quieta, eu treinava muito regularmente para manter o meu
corpo em forma e havia duas qualidades que desenvolvi especialmente: a agilidade
e a velocidade. Num lance em que a bola estava a passar perto de mim,
intercetei-a e segui caminho para a baliza, já tinha fintado uns 2 jogadores
adversários, quando sinto uma rasteira acompanhada de uma dor aguda no meu pé
direito e uma consequente queda da minha parte. Todos pararam de jogar e eu
fiquei agarrada ao meu pobre tornozelo…
Uma grande agitação gerou-se há minha
volta e eu tentava não gemer alto com dores (não havia com o que preocupar, certo? Foi só uma lesãozinha
e eu não daria parte fraca em circunstância alguma). Senti uns braços agarrarem-me ao
colo e transportarem-me até um sofá. Essa mesma pessoa colocou um saco de gelo
com muito cuidado no local da pancada e ficou a tratar do meu pé. Ainda não
tinha reparado quem era a pessoa e quando fui a ver quem era, para agradecer,
surpreendi-me ao ver que era ele, o dito jogador que ficou irritadinho com o
meu golo e deduzi ter sido o autor da minha lesão.
- Obrigada,
mas eu sei tratar de mim! – Afirmei com voz fria, não gostei nada daquela
situação e não ia disfarçá-lo, não havia motivo para o fazer.
- Gabs,
deixe o Pedro ajudar você… - Comentou o Luisão, o que só me irritou ainda
mais... Quer dizer, o menino reage como adolescente e vinga-se do meu golo
magoando-me propositadamente e eu ainda tenho de agradecer? Por favor,
poupem-me e não sejam ridículos! Eu só quero distância e paz, para poder
recuperar do meu pé…
A minha resposta foi só um olhar
irritado e de desprezo, ao que a mensagem foi recebida na perfeição, pois o
capitão do Benfica começou a afastar-se levando todos os outros com ele, exceto
o jogadorzeco. Quando ia para pegar no gelo da mão dele para tratar sozinha do
meu pé e reclamar algo, percebi que ele já tinha atado o gelo direitinho, de
forma a não me queimar o pé e eu não ter de ficar a segurá-lo feito croma.
Deste modo, eu poderia estar a descansar e não ter que estar preocupada em
fazer algo com o meu pé. Ao ver todo aquele cuidado com a minha pessoa, acalmei
os meus ânimos o máximo que consegui e decidi olhar finalmente no rosto dele, surpreendendo-me
ao vê-lo focado em mim.
- Desculpa,
eu não te queria magoar… Deixei-me levar pelas sensações, esqueci-me das
consequências que podia trazer e tu levaste por tabela. Eu juro que não sei o
que me deu… Desculpa! Isto foi um terrível começo, eu sou o Pedro Rebocho…
- Falou calmamente e com voz rouca, olhando sempre nos meus olhos. Aquilo
derreteu-me toda, ele estava a ser sincero e aquela voz… que voz quente, uma
voz perfeita na cama (já
não bastava o corpinho jeitos e, o fantástico sorriso malandro no rosto, ainda
tinha aquela voz? Meu Deus, e porque é que ele tinha de estar à minha frente sem
camisola? Está muito calor hoje ou sou só eu que acho?).
-
Não foi nada, estas coisas acontecem quando se joga com profissionais, vocês não
estão habituados a brincar e jogar com mais calma… Não te preocupes, com o gelo
tudo passa, felizmente! - Murmurei sorrindo, mostrando que estava tudo
tranquilo e bem comigo.
- Desculpa
a minha atitude, por favor – Suplicou baixinho (ele que não continue assim, porque eu não aguento, sinto
até uma gota de suor a escorrer pela minha nuca).
- Estás
desculpado, sim, descansa! Ah, e eu sou a Gabriela, muito gosto em conhecer-te!
Mas podes me chamar apenas Gabs ou Gabi ou o que preferires… – Afirmei
sorrindo e piscando o olho.
Um silêncio formou-se entre nós, mas os
nossos olhares não se separaram um único segundo. Bem no fundo daqueles olhos
castanhos, eu vi uma chama acesa e percebi que ele se sentia tão atraído e
enfeitiçado por mim, como eu por ele. Sentia a mão dele no meu pé, a
massajar-mo leve e firmemente e isso fez-me gemer baixinho de dor, devido à
pancada, e de prazer, pelo contacto da pele dele na minha e da suavidade com
que ele me tocava (que
homem é este? Eu sempre me controlei tão bem à frente dos rapazes, porque é que
ele me desorienta tão fácil e completamente? Santa Desgraça, o que estás a
fazer com a minha vida e a minha cabeça? Não podia ser um daqueles gordos, com
mau hálito e que não sabem o que fazer com uma mulher?).
- Por
favor, não gemas assim, linda, vais-me deixar louco… Eu preciso de por o teu pé
bom! – Sussurrou com a voz tão baixa e rouca, que mal o ouvi, e isso deixou-me
ainda mais animada (sinto-me
ridícula, uma adolescente com as hormonas aos saltos que suspira por todos os
lados e com tudo).
- Eu
não tenho culpa se tu me fazes gemer assim… - Gesticulei com os lábios, sem
soltar som, quando ele olhou para mim e, como resposta, ele apertou
ligeiramente o peito do meu pé e respirou bem fundo.
Eu sentia uma forte tensão sexual entre
nós, uma grande atração, que só foi ligeiramente afetada com a chegada do meu
bebé, que estava preocupado com a madrinha dele e me veio mimar muito (odeio dizer isto, mas o Gugu bem podia
ter escolhido outra altura para aparecer, não? Desculpa, bebé, eu adoro-te, mas
a Dindinha estava a pensar em coisas que tu só daqui a uns bons anos podes
imaginar).
Acabei por passar um bom tempo a tirar fotos e a brincar com o meu afilhado,
tentando matar mais um pouco das imensas saudades que tinha daquela coisa
fofinha e gostosa, mas o Pedro nunca saiu de perto de nós, sempre a
observar-nos e a rir das nossas cenas. Entre brincadeiras, o Gugu adormeceu no
meu colo e eu decidi publicar uma das fotos, que eu tinha tirado nossa, no meu
adorado vício:
Love of my life <3
A Marta ao vê-lo a dormir profundamente,
decidiu levá-lo para um quarto da casa, para ver se ele descansava melhor e
dormia calmamente a sestinha dele sem interrupções, era algo que ele estava
habituado na creche e em casa. E, novamente, eu e o Pedro ficamos sozinhos…
- Como
é que estás? – Questionou baixinho (excitada como se já não tivesse sexo à anos, e tu?
Gabriela, focus, não podes dizer tudo o que passa na tua cabeça tarada).
- Estou
como nova! – Respondi muito alegre enquanto rodava o meu pé, eu já não
sentia nenhumas dores e isso era fantástico, graças ao cuidado todo dele.
Então, de forma sincera agradeci – Obrigada!
- Obrigada?!
A sério? Eu podia-te ter magoado imenso, Gabriela, e tu agradeces-me?! Tens a
certeza que te sentes bem? Tens a certeza que é isso que queres dizer-me? –
Falou incrédulo, de forma revoltada e chateada, e eu percebi o que realmente se
passava: ele estava irritado com ele próprio por me ter aleijado. Mesmo eu tendo
desculpado totalmente a atitude dele e lhe dito isso mesmo, ele ainda não se
tinha perdoado pela sua atitude… e eu não percebi o porquê, para mim aquilo era
estranho e sem lógica de ser. Reparei que me mexia novamente no pé e estava
atento há minha expressão, devia ser para tirar a prova dos 9 e ver se eu
estava realmente bem ou se omitia dor.
Eu, sem raciocinar bem e agindo
unicamente por impulso, tirei o meu pé das mãos dele, com ele ainda tentando
puxar de volta. Mudei de posição, sentei-me bem no seu colo e tapei-lhe a boca
para não o deixar reclamar, nem dizer nada, ele tinha de ouvir aquilo que eu
lhe queria dizer...
- Pedro,
olha para mim… Olha bem nos meus olhos… - Pedi ao vê-lo tentar fugir com o
olhar do meu e engolir em seco. Para me ajustar melhor no seu colo, eu rodeei
as minhas pernas com força em torno do tronco dele e ele sentia-se
desconfortável com a nossa posição, havia demasiada proximidade e isso eu
compreendia (eu
senti o mesmo, o que queria realmente fazer com ele naquela posição nunca o
poderia fazer em público, mas tinha de me concentrar para fazer aquilo que
devia). – Eu estou bem, graças a TI, estás a ouvir?
Se não fosse o cuidado todo e atenção que tiveste comigo, ainda estaria com o
pé inchado e com imensas dores. No desporto é normal haver lesões, tu sabes
disso tão bem ou melhor que eu, e eu tinha perfeita noção disso mesmo quando
aceitei jogar com vocês… Portanto, não te martirizes mais com esta situação,
não há motivo para o fazeres! E sim, eu agradeço-te imenso pelo que fizeste por
mim! – Falei convicta, afagando-lhe o rosto e beijando a ponta do seu
nariz. Olhei intensamente para a ligeira barba dele e acariciei docemente,
sentindo-me calma e feliz…
- Gabriela,
independentemente do que possas dizer, eu não me vou perdoar por te ter magoado
em momento algum, muito menos perante uma situação ridícula como aquela… Não me
perguntes o porquê disso, mas eu sinto uma necessidade louca de te ver bem e
feliz e eu só contribui para o contrário ao te magoar, tenta compreender-me!
Não sei como, porque nem eu percebo bem… – Respondeu, puxando-me mais para
ele, como se me protegesse de algo, não havendo nada que o levasse a me
proteger, mostrando-me bem que não me conseguiria largar mesmo que quisesse e
eu amava aquela sensação de conforto e proteção.
- Eu
percebo o que queres dizer, acredito… Como que de uma forma completamente inexplicável,
só me queres perto de ti, não é? Meu Deus, eu estou a sentir-me assim, o que é
que tu tens que me faz sentir assim tão atraída por ti, jogador? –
Questionei suspirando e dando-lhe um pequeno e suave beijo no pescoço, sentindo
a pele dele tremer toda e ele suster a respiração com força ao meu toque… Era
tão bom saber que eu também o afetava e não era somente eu a sentir tudo
aquilo.
- Não
faças isso, por favor, coisa boa, não sei quanto mais tempo vou conseguir
controlar-me… Tu estás a deixar-me louco de vontade de te levar para um quarto
e fazer coisas que não seria delicado da minha parte descrever a uma mulher… Eu
nunca me senti assim com ninguém, nunca! Eu sempre consigo ser racional e
controlado neste tipo de coisas, exceto contigo… Enfeitiçaste-me por completo, eu
já não sei que faça! – Afirmou com o olhar preso no teto, como se pedisse
ajuda a Deus e isso levou-me a gargalhar. Se ele queria tanto assim, está na
hora soltar um bocadinho do meu lado mais atrevido.
- Seria
interessante conhecer um quarto da casa do grande Luisão, não achas?
Infelizmente, ainda não tive o prazer de conhecer nenhum… Queres mostrar-me um
deles? – Sussurrei-lhe ao ouvido, mordendo ao de leve o lóbulo da sua
orelha. O ambiente entre nós tinha aquecido perigosamente e alguém teria que interrompe-lo
como é óbvio…
HELLOOO!!! Aqui trago uma nova fic (uma mini historinha), haverá mais algumas partes (não sei quantas ao certo, vamos ver como corre)...
Espero que gostem e deixem a vossa opinião por favor!
Beijinhos,
Rita B.
Gabi e Rebocho *.*
ResponderEliminarquero maisssss!!!!!
quero saber se vão explorar os quartos ou não :p
Querooo maaais, sói brasileira e tive um pouco de dificuldade pra entder sua história, mais quando consegui me apaixonei, posta?
ResponderEliminarIndica:http://foiemvocequeencontreipaznjr.blogspot.com.br/
Oiii,tudo bem? Queria saber ser vc conhecer a dona do blog http://www.gilmeuamor.blogspot.com.br ? E ser sim vc poderia me dizer se ela vai voltar a postar? Bjss
ResponderEliminarAMEIII, QUERO LOGO , MAIS MUITO MAIS. (RECOMECARNJR.BLOGSPOT.COM)
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