domingo, 15 de maio de 2016

CAPITULO 24 - "LOVE IS A FUNNY THING..."


“O tempo passa demasiado depressa e as coisas vão melhores que nunca…” Esta era a frase com a qual eu mais queria e desejava começar, todavia essa não é a realidade, essa não é a minha realidade… E eu não posso (nem vou) ser hipócrita com vocês, portanto contarei a verdade, não aquilo que eu gostava que fosse… A realidade não é sempre bonita, certo? Então porque hei-de transformar a minha vida numa história de princesas com um “Feliz para sempre”? Se o “para sempre” não existe, porque haveria de existir o “Feliz para sempre”?!

Desculpem, estou a ser demasiado confusa para todos vocês? Eu devia contar o qual é a minha “realidade atual” e o que aconteceu para aqui chegar, então é isso que farei! Eu vou tentar contar de forma resumida a história desde o “último episódio” até agora…

Se bem se recordam, a última vez que vos contei novidades, nós tínhamos ficado na parte em que vos descrevi uma atuação minha num programa de dança da TVI: “Dança com as Estrelas”, em que eu e o Pedro admitimos sem problemas nenhuns que estávamos juntos “para sempre” (irónico? Nada…). Já estão mais ou menos situados? Simplesmente, estavam todos in love felizes e contentes… E, assim se manteve uns bons e fantásticos dias, mas essa atuação na televisão abriu portas novas na minha vida que eu não esperava e fechou outras tantas. Após esse referido programa, várias revistas e artistas me contactaram para entrevistas e pequenas participações quer em desenho de coreografias, quer na prática dessas mesmas danças em videoclipes musicais, mas nada que despertasse o meu interesse e motivação para aceitar. Todavia, recebi via correio eletrónico uma proposta que fixou totalmente a minha atenção, com o seguinte texto:

“Excelentíssima Senhora Inês Correia,

Vimos por este meio convidar sua excelência a participar num projeto cujo objetivo é aperfeiçoar possíveis estrelas na dança, isto é, limar as arestas da técnica de dançarinos para estes se tornarem profissionais. Este projeto conta com avaliações e, as duas pessoas com piores avaliações serão eliminadas semanalmente, vencem as cinco pessoas finalistas. Os vencedores terão direito a um certificado profissional, uma possibilidade de pertencer a uma equipa profissional e um prémio de 15.000€ cada. Este projeto terá duração de 4 intensivos meses. A estadia para os vários concorrentes será no campus reservado com direito a alimentação.

Geralmente as inscrições neste projeto são feitas através de castings e várias seleções dos elementos, todavia vocês é uma das poucas exceções que nós contactamos diretamente com esta proposta. Esta é uma proposta única na vida e espero que tenha isso em consideração.

Aguardamos uma resposta positiva da sua parte a esta proposta, como é óbvio…

Com os melhores cumprimentos,

PUMPfidence

A proposta foi sem dúvida a mais aliciante que já tinha recebido e irrecusável. Os membros da PUMPfidence vieram atrás de mim, eu não tinha concorrido para o projeto como seria o “normal” e esperado, o que tornava a proposta ainda mais incrível e honrosa para mim. Deste modo, não concorrer neste projeto não era sequer uma hipótese para mim e foi aí que todos os meus problemas começaram, os mesmos problemas que condicionam a minha situação atual… Eu decidi falar da notícia no próprio dia que a recebi, quando tive a oportunidade, durante um jantar lá em casa entre mim, o Pedro, o meu primo e a minha melhor amiga, que eram das pessoas mais essenciais à minha vida, principalmente ali na capital.

- Pessoal, eu tenho uma excelente notícia para vos contar! – Exclamei sorrindo abertamente, captando a atenção das três pessoas que estavam à mesa. – Vocês não vão acreditar, quer dizer, nem eu ainda consegui acreditar bem que é verdade… Enfim, a notícia é que eu recebi uma proposta para participar na nova edição do projeto americano PUMPfidence!

Ao olhar para as pessoas a quem me dirigi consegui ver as alterações no seu rosto consoante assimilavam a grande novidade e as reações delas foram totalmente distintas umas das outras. A minha melhor amiga Diana levantou-se aos guinchinhos, a bater palminhas e aos pulinhos, parecendo uma autêntica criança/adolescente, agarrando-se logo a mim a transbordar de felicidade por todos, ela sabia que este era o sonho de qualquer dançarino com a mínima vontade de ascender na dança. O meu primo Francisco sorria abertamente com um brilho enorme de orgulho nos olhos, ele sabia o que aquilo significava para mim, mas alguma preocupação também que ele não conseguia conter, nem queria fazê-lo porque ele estava preocupado comigo, logo não podia deixar passar o assunto. Enquanto o meu namorado fechou completamente o semblante, emburrou, e pela postura percebi que estava irritado, apesar de tentar controlar-se ao máximo, eu via raiva a sair por todo o lado, só faltava espumar como um cachorro. Aquela era a atitude que eu nunca esperaria do Pedro, ele era suposto estar do meu incondicionalmente, não?

- Parabéns, amiga! – Gritava a Di, levando-me a gargalhar baixinho.

- Esse não é aquele projeto de sonho de dança? Eu não sabia que tinhas concorrido para isso… Afinal pareço ser sempre o último a saber de tudo! - Murmurou de forma seca e algum desprezo na voz o homem dos meus sonhos, pelo menos era.

- Eu não concorri, eles mandaram-me e-mail a pedir que eu participasse… Como é lógico, se eu tivesse entrado nalgum casting tu saberias… Aliás, vocês são os primeiros a saber que eu recebi este e-mail e não estou a perceber o que está a acontecer contigo, Pedro. - Justifiquei, tentando esconder a mágoa que a atitude dele me estava a causar. Ele conseguia ser a pessoa que mais alegrias me dava mas que também me partia mais o coração com as atitudes que ele demonstravam… Ele sempre foi compreensivo comigo e eu com ele, porquê isto agora?

- Priminha, tu já falaste com o Dr. Gonçalo se estás em condições para esse esforço todo? Não cometas nenhuma asneira, por amor de Deus, a tua saúde é mais importante que esse projeto! – Questionou um Francisco preocupado, ao que logo tranquilizei com os resultados dos meus exames estarem todos bem e todas as declarações de rotina feitas pelo meu médico. – Então, acho que só me resta dar-te os Parabéns e desejar-te muita sorte… Estamos juntos, minha pequena! És o nosso maior orgulho! Certo, Pedro?

- SÓ PODES ESTAR GOZAR COMIGO, FRANCISCO! ISTO É A CENA MAIS RIDÍCULA QUE JÁ PRESENCIEI EM TODA A MINHA VIDA! SE VOCÊS ACHAM QUE EU VOU DEIXAR A MINHA NAMORADA IR PARA ESSA PALHAÇADA E ME DEIXAR AQUI SOZINHO, ESTÃO TODOS MUITO BEM ENGANADOS… A MINHA NAMORADA NÃO VAI A LADO NENHUM! NEM EM SONHOS, ERA O QUE MAIS ME FALTAVA! EU NÃO VOU TER UMA NAMORADA COM UMA PROFISSÃO DE VERGONHA, QUE ANDA A DANÇAR PARA OS HOMENS TODOS! VOCÊS ACHAM QUE EU NÃO CONHEÇO AS DANÇAS QUE SURGEM NESSES PROJETOS? AH, CLARO, É O SONHO DE QUALQUER DANÇARINO… POUPEM-ME! CRESÇAM! VOCÊS PARECEM CRIANÇAS IDIOTAS QUE SONHAM EM SER POP STARS… – Gritou, levantando-se e espumando de raiva. A verdade é que na nossa relação ele sempre foi o pilar que nos suporta, a âncora que nos fixava e não nos deixava fugir do controle, se ele estava descontrolado, eu também ficava… se ele estava feliz, eu também estava… se ele estava triste, eu também estava…

- TU ESTÁS A FALAR COMIGO? ISTO É UMA BRINCADEIRA, CERTO? TU ACHAS ISTO UMA POUCA-VERGONHA? ESTA É A MINHA VIDA! QUANDO TU ME CONHECESTE EU JÁ ERA ASSIM OU ACHASTE SEMPRE QUE EU IA MUDAR? POIS BEM, EU NÃO VOU MUDAR POR CAUSA DE HOMEM NENHUM… DEVIAS ENTENDER ISSO DESDE O INÍCIO. SÓ NÃO PERCEBO PORQUE É QUE NÃO ME APOIAS NAS MINHAS DECISÕES? PORQUE NÃO FAZES O TEU PAPEL DE NAMORADO E APOIAR-ME? ERA SUPOSTO FICARES FELIZ POR MIM E ESTARES DO MEU LADO… PORQUE É QUE SÓ ME JULGAS?

- Achas que vamos namorar à distância? Achas mesmo que eu quero ter uma relação com uma mulher que prefere ir para os Estados Unidos abanar o corpo durante meses em vez de ficar comigo do meu lado a apoiar-me? Tu estás a pensar no nosso futuro? Tu estás a pensar em filhos nossos que depois terão uma mãe que quer mostrar o corpo para todos, uma mulher que quer provocar homens? Achas que isso é vida para ti? Então, força, vai! Mas não contes nunca mais comigo… Eu realmente devo ter-me enganado tanto e conhecido uma Inês que nem sequer existe, eu devo ter imaginado a Inês que queria. Foste a minha maior desilusão!

Após este discurso ridiculamente estupido, ele saiu pela porta fora do apartamento e eu nunca mais o vi à frente, nem mais gordo, nem mais magro. A verdade é que toda aquela situação só me motivou a seguir com a minha vida em frente e ser independente, ir atrás dos meus sonhos, contando com o apoio daqueles que são as verdadeiras pessoas que estão na minha vida desde sempre e para sempre. Portanto, aceitei a proposta e preparei-me para uma vida diferente, uma nova aventura, uma experiência que eu estava a precisar agora mais do que nunca… A minha família inteira, a equipa do Benfica e todos os meus amigos organizaram-me uma festa de arromba como despedida do país que me viu nascer e me fez quem eu sou, festa essa em que ele se recusou a aparecer, apesar de saber de tudo… e no aeroporto? Nem vê-lo! Eu confesso que sonhei com aquela típica cena de ele surgir e tentar-me impedir de apanhar o avião. Aquela cena de me abraçar, beijar e sussurrar que ficaríamos juntos mesmo comigo do outro lado do oceano, mas mais uma vez me iludi… Essa cena é típica de filmes por algum motivo e infelizmente a realidade é muito mais cruel e desagradável!

 

Eu estava na loucura máxima! Os Estados Unidos tinham-se transformado na minha segunda casa, onde eu podia ser eu mesma e me expressar à vontade, sem receios do que pensariam de mim. A competição já tinha começado há uns 3 meses e meio e eu ainda fazia parte do projeto, contactava constantemente com a minha família e com os amigos mais próximos, que acompanhavam o programa ao máximo de casa deles, mas recusava de qualquer forma possível e imaginária a receber e saber notícias daquele homem que eu mais tinha amado no mundo. Eu morria de saudades de todos e sentia-me completamente esgotada, mas feliz por participar naquele projeto excecional, feliz por aceitar aquela experiência sem desistir por causa de homens e relações. Eu era, pelo que diziam, uma das potenciais finalistas vencedoras e via a possibilidade de me tornar dançarina profissional cada vez mais perto. O tempo passava a correr, o rigor e exigência duplicavam ou triplicavam todos os dias e com apenas duas semanas para a grande final, os treinos só aumentavam e o tempo de descanso diminuía… O problema chegou quando o meu corpo começou a não aguentar toda aquela pressão, não respondendo constantemente às exigências que lhe eram impostas e comecei a desmaiar frequentemente, ao ponto de ter de consultar um médico com urgência, sem haver um possível escape a isso. Não posso negar que o meu receio com aquilo que poderia ser diagnosticado era absurdamente enorme, tendo em conta ao meu histórico médico, então tremia por todos os lados no hospital, enquanto fazia inúmeras análises e exames.

Estava sentada na cadeira e sentia-me o mais desconfortável possível. Não por culpa da cadeira em si, que até seria confortável se eu não estivesse naquela situação toda de não saber o que tenho ou deixo de ter. Para complicar mais o meu sistema nervoso, o médico continuava com aquele olhar abismado para as análises, já fazia uns 5 minutos que ele olhava para tudo sobre a secretária dele sem falar nada e eu ali à espera... Eu não sou a pessoa mais paciente no mundo, mas mesmo que fosse, naquele momento deixava de ser. Eu sentia o meu equilíbrio emocional prestes a ruir, eu só queria saber o que se passava para poder correr dali e chorar em paz… E, se fosse demasiado grave, poder correr para os braços da minha mãe.

- Por favor, Doutor, imploro que me diga alguma coisa! Eu não aguento estar no desconhecido por muito mais tempo… Isto está a sufocar-me! – Supliquei baixinho.

- Oh, desculpe, só acho impressionante que com o seu histórico médico todo isto ter acontecido, acho que você nem sequer pôs essa hipótese, se não seria a coisa mais lógica do mundo… - Começou o médico a divagar, continuando com o olhar nos exames.

- Doutor, o que é que eu tenho? Eu tive alguma recaída? Eu vou ter de deixar o projeto porque piorei outra vez? Eu sei que tinha os exames todos tão controlados, será possível que em tão pouco tempo descambou tudo outra vez? Será que eu não tenho sorte nenhuma? – Murmurei desesperada e com os olhos recheados de lágrimas que eu continha ao máximo.

- Inês, uma questão: há quanto tempo não é menstruada? – Questionou-me calmamente.

- A última vez foi antes de vir para cá, se bem me recordo, mas o que isso tem haver? Eu tive aquele problema todo em que fui submetida a cirurgia e demora algum tempo a equilibrar tudo outra vez… - Eu falava sem parar e gesticulava que nem uma maestra, eu não percebia a ligação para aquilo tudo.

- Respire fundo, por favor… Você precisa de se acalmar, a Inês está grávida! Agora tem alguém que depende inteiramente de si!

Se uma bomba tivesse caído sobre a minha cabeça, os efeitos causados seriam infinitamente menores que o que aquela informação dada pelo médico me causou… Naquele momento, tudo parecia fazer sentido para mim: eu sentia-me mais inchada (não por estar mais gorda ou assim, mas por causa de um bebé que tinha dentro de mim), frágil emocionalmente (não eram só as saudades de casa, nem o stress da competição, mas era os efeitos hormonais da gravidez), desmaiava imenso (não por o projeto ser demasiado para mim, mas porque eu não podia exigir tanto de mim enquanto grávida) e aquele atraso da menstruação (não era sinal que eu ainda não estava bem, mas, pelo contrário, eu estava bem o suficiente para poder ter um feijãozinho dentro de mim).

A questão é que eu teria de abandonar o projeto, sem dúvida alguma, aquela criança recém-descoberta era a minha prioridade número 1 em tudo, era a minha vida… E o pior é que eu não sei se o pai da criança vai aceitá-la, nem sei se ele merece sequer saber da novidade, afinal ele não disse que nunca mais me queria ver à frente? Não foi ele que me virou as costas quando precisei do apoio dele? Será que deva contar?

- Por favor, acalme-se, Inês! – Falou o médico, ao presenciar o meu início de um ataque de pânico.

- Está tudo bem com o bebé? – Perguntei pausadamente e em murmúrios.

- Só com uma ecografia é que saberá, Inês. Você tem de começar urgentemente o pré-natal e a ser acompanhada por um médico, eu posso indicar algum dos meus colegas, tenho a certeza de que não se irá arrepender…

- Não, obrigada! Eu vou ser acompanhada no meu país… Eu preciso de ir para casa, para Portugal! - Interrompi o médico de imediato, eu só queria sair dali e despachar tudo o mais rápido possível para procurar consolo e apoio dos meus pais. – Posso fazer esta viagem de avião, certo?

- Inês, se faz mesmo questão, faça essa viagem, mas depois cuide de si e do bebé… O seu quadro clínico necessita de uma vigia permanente e essa gravidez pode ser um perigo para si!

 

As palavras do médico de que “essa gravidez pode ser um perigo para si” não saiam da minha cabeça, muito menos nas longas horas de viagem que tive de passar dentro de um avião, ao lado do avozinho que ressonava e da senhora que reclamava até com a concentração de determinados sais nas garrafas de água.

Só avisei uma pessoa do meu regresso a Portugal, mas não expliquei o motivo. Eu tinha tomado a decisão que a próxima pessoa a saber da minha gravidez teria de ser o pai da criança, mesmo que ele depois não a quisesse assumir… Portanto, mal aterrei, pedi ao meu primo para me levar até ao Pedro, pois tratava-se de um assunto urgente e que não poderia esperar.

- Priminha, que saudades! – Gritou o meu primo, em pleno aeroporto, ao abraçar-me com força, levantando os meus pés do chão. – Que surpresa é esta e o que é que estás cá a fazer?

- Resolver umas questões… Portanto, meu amor, preciso que me leves até ao Rebocho agora! – Falei séria, de forma a ele entender que era mesmo importante.

- Nocas, ele não aceitou nada bem a tua partida, eu não sei se ele te quer ver à frente tão depressa… Além disso, ele nem sequer está em Lisboa, é o nosso dia de folga.

- Perfeito! Pega no carro e leva-me até ao Alentejo, estou desejosa de rever os meus “ex-sogrinhos”.

Se o meu primo insistiu ainda em tentar-me fazer desistir da ideia de ir atrás do Pedro? Como é óbvio! Mas não havia volta a dar, eu não poderia deixar passar mais tempo. Eu não podia ter a criança, ignorando quem é o pai dela, eu não tinha esse direito… por mais que no momento fosse o que eu mais desejava. Então, só nos restou seguir viagem e, mais ou menos, duas horas depois estávamos à porta da casa da família Rebocho.

- Tens a certeza que queres fazer isto, Inês? – Questionou o meu primo, antes de eu tocar à campainha… Ainda era possível fugir e, por muito que eu preferisse virar costas, eu tinha de confrontá-lo!

- Não, mas eu tenho de fazê-lo, Kiko! Tu depois perceberás porquê, e eu sei que apoiarias esta minha decisão. Vai ser muito difícil e sei que sou uma cobarde, portanto preciso que fiques ao meu lado, eu não sei se vou aguentar depois… - Comentei com lágrimas no rosto e pressionando a campainha. Poucos segundos depois, eu vejo uma senhora sorridente a abrir a porta, a Senhora Rebocho, aquela pessoa que não tinha gostado muito de mim quando me viu pela primeira vez, mas que se tornou um grande apoio, quase como uma segunda mãe para mim, assim que nos conhecemos melhor.

- Inês, meu amor, o que fazes aqui? Tu devias estar a ganhar o programa americano… - Comentou, dando-me um abraço apertado, o que me levou a chorar como um bebé. – O que é que se passa, minha querida? Entrem, podemos falar à vontade…

- O Pedro? Eu preciso de falar com ele urgentemente… - Sussurrei entre lágrimas.

- Os três homens desta casa saíram para o habitual “programa de homens”, tu sabes como é, mas eles não devem demorar… Queres falar comigo e contar-me o que se passa?

- Eu vou estragar a vida ao seu filho, eu juro que não foi com intenção! Além disso, eu não sei se viverei muito mais tempo para poder contar a história… Eu posso morrer, mas não vou voltar atrás com a minha decisão!

- Tu podes morrer e não fazes nada para impedi-lo? Estás a precisar de um novo transplante mas não queres pedir ajuda ao meu filho por orgulho, é isso? Por amor de Deus, minha filha, a tua vida é mais importante que qualquer outra coisa! – Exclamou a senhora chocada comigo.

- Nocas, é sério? Tu corres risco de vida? – Perguntou o meu primo assustado, ao que eu apenas consegui assentir com a cabeça.

- TU FICASTE LOUCA DE VEZ?! TU NÃO VAIS MORRER, EU NÃO DEIXO! – Berrou o Pedro, olhando-me com raiva, certamente ouvindo a parte final da conversa.

- Não estou louca! Eu posso morrer, porque sou uma inconsciente e fraca o suficiente para não sobreviver e ter a criança que estou à espera. Eu estou grávida, Pedro, e não vou abortar! Nós vamos ser pais…
 
 
 
Hello!!! E aqui estou eu numa nova tentativa de continuar com a fic, o que não sei se será o melhor ou até mesmo se dá resultado. Mas tentar não custa certo?
Em celebração ao Benfica B não ter descido de divisão e esperando logo haver festa do #35...
Muitos  Beijinhos,
Rita Bonito

1 comentário:

  1. estou tão feliz por teres voltado a escrever :D

    sobre este capitulo:
    - que reacção foi aquela do menino Pedro Rebocho?? ele é parvo?? fiquei triste com ele :(

    - não quero que ela morra, ela tem que sobreviver!! ela e o Pedro têm que ficar juntos, tomar conta da criança!!

    - não aguentarei se morrer depois de tudo o que já passou


    fico à espera de mais :)
    beijinho

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